A riqueza que temos na nossa música — sobretudo a que pertence daquele perÃodo — é realmente extraordinária. Neste momento estou fora do paÃs; durante anos tive este disco nas imediações, mas nunca me disse muito: talvez achasse que as canções eram demasiado antiquadas, com demasiada folia — agora reconheço a minha imaturidade, e uma falta de sensibilidade para este universo, que é poético, histórico, musical, e mais, tão mais. E entretanto hei-de ir aos outros discos do Sérgio.
Que geração brilhante! Não concebo que seja possÃvel dizer-se português e não fazer por ter estes discos por perto — o Sérgio Godinho, o Zeca Afonso, o Zé Mário... o Fausto... outros tantos; e, ao fazê-lo, que se inclua também o Chico Buarque, o Caetano, os maravilhosos amigos e amigas do outro lado do Atlântico e que fazem desta lÃngua também sua, são diferentes, mas irmãs, ainda assim...
Este disco tem momentos mágicos, mas o retrato — das necessidades da emigração, de um certo tipo de português, as palavras quanto ao trabalho e o patrão, o grupo que se reuniu nas Quatro Quadras Soltas, o futebol...e é um disco humilde, brincalhão; não caseiro, não artesanal, que é uma produção magnÃfica e cheia de gente, mas humilde ainda assim, com uma linguagem especial, lisboeta, mas tão portuguesa —
Title | Campolide |
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Author | Sérgio Godinho |
Year | 1979 |
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