Os últimos dias têm sido difíceis (mesmo, mesmo, mesmo); e quando assim é...seria irresponsável admitir que há pouco a fazer — mas depois também isso se torna difícil. A chuva, a falta de sol, a circunscrição ao espaço doméstico...mal, mal, mal.
Hoje, foi diferente; saí cedo de casa (no Porto) para ir tratar de uns assuntos. Tudo tratado com distinção. Almocei; trabalhei um pouco; uma sesta — e depois a rua outra vez, para tomar café. Conheço agora um sítio do qual gosto e devia fazer-lhes notar. Passo lá algum tempo e gosto de ver as pessoas a entrar e a sair (tudo gente muito ocupada; até ser turista constitui uma trabalheira, sempre de um lado para o outro, e ainda por cima no Porto onde tudo se faz a pé).
Em casa, trabalhei mais um pouco — fiz bons progressos numa questão que me atormenta há semanas — e parando estrategicamente (a cenoura que é a tarefa resolvida balançando à minha frente à distância de uma braçada), decidi ir escalar. Esforcei-me bem e pus o ritmo cardíaco a fazer o que não fez nos últimos dias. Noto uma diferença enorme; estou extasiado, motivado, com cinco ou seis coisas na cabeça e uma energia que a acompanha. Talvez não seja o ideal, dada a hora adiantada da noite. Ontem, por esta altura, já me preparava para dormir.
Que se dane: vale pela afirmação de vivacidade que me faltou nos últimos dias.